Mulheres Notáveis: Josefina Álvares de Azevedo

Olá, Lisbelindos, hoje é dia de conhecer um pouco mais sobre mulheres que marcou a história da humanidade.

Na nossa série de Mulheres Notáveis o destaque do dia fica por conta de Josefina Álvares de Azevedo.

Josefina Álvares de Azevedo.
Fundadora do jornal A Família.

Sua biografia ainda é considerada um mistério, uma das primeiras pessoas a lutar pelos direitos femininos no Brasil, encontra-se registrado apenas relatos de sua ideologia.

Nascida em 5 de maio de 1851, em Recife, Josefina foi uma jornalista, escritora e precursora do feminismo no Brasil.

Em 1877, aos 26 anos, mudou-se para São Paulo e no ano seguinte fundava o jornal chamado A Família. Em 1879 mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro,de onde continuou com publicações que tinham como intuito abordar a diferenciação da época entre homens e mulheres, onde a mulher era tida como inferior.

Durante a circulação do periódico era comum ler trechos como:

“Queremos a emancipação da mulher pelo poderoso auxílio d’uma educação bem dirigida, educação que sem ser fanática e funesta, é religiosa na religião de Cristo e nas suas doutrinas: ‘não façais aos outros o que não quereis que vos façam” (A Família, 24 de maio de 1890, p. 2)."

Revista A Família, nº 72, de 21 de Agosto de 1890

Emacipação para aquelas mulheres significava se libertar da submissão ao homem. Reivindicavam melhor educação, espaço no mercado de trabalho,direitos iguais e um equilíbrio entre os gêneros.

Na época era comum usar o argumento de que ao se dedicar as demais atividades fora do lar, a mulher acabaria por abandonar as tarefas domésticas. Josefina por sua vez afirmava que mães e esposas poderiam perfeitamente desempenhar dever cívico e cuidar dos filhos, tanto quanto os homens poderiam cuidar da família e de seus deveres como cidadão. Para a jornalista os homens também deveriam desempenhar tarefas domésticas, não sendo atividade exclusiva da mulher.

Os poucos jornais destinados a mulheres abordavam temas como vestimenta,e atividades domésticas. Ao lançar o jornal a família, houveram várias respostas diretas e indiretas das mídias locais.

 O artigo da redação tem por epígrafe estas palavras de Victor Hugo: “Veneremos a mulher! Santifiquemo-la e glorifiquemola!” Inteiramente de acordo, exma senhora. Permita-nos, porém, que humildemente lhe digamos que a mulher para ser venerada, glorificada e, sobretudo santificada, não deve competir com o homem na “direção do estado” e em muitas coisas mais, como v. V. Exc. sustenta. (Da Província de São Paulo, sem número) .

O trecho acima traduz o pensamento de seus contemporâneos . Além da pressão por parte de homens, Josefina recebia inúmeras cartas de mulheres recomendando a destinação do jornal para assuntos, segundo elas, mais apropriados para a mulher, que ao fazê-lo estaria de fato honrando a família.

 "A missão que tomamos sobre nossos ombros é mais árdua, é espinhosa. Muitas senhoras temos encontrado, que nos dizem ser o jornal de modas, o verdadeiro jornal da família! Nessas ocasiões (confessamos), temos vergonha de sermos mulher! (A Família, ano II, nº6)"

 Seus trabalhos mais famosos são o artigo denominado O DIREITO AO VOTO e a peça teatral chamada O VOTO FEMININO, encenada no teatro Recreio Dramático.

A peça ficou em exibição apenas no mês de maio do ano de 1890, mas ainda sim arrancou elogios dos jornais e agradou ao público. Abordava de forma leve, as mudanças que estavam por vim na sociedade, independente da classe social. Tanto Ministros, como empregados, duas classes retratadas na peças,não estavam imunes as alterações sociais que haviam iniciado.

As primeiras mulheres a poderem votar, foram as Neozelandesas, em 1893. Somente 40 anos mais tarde que as brasileiras puderam exercer o voto. O Brasil foi o segundo país na América Latina a garantir o direito, ainda sim garantiu antes mesmo de países como França, Itália e Japão!

Assim como Josefina, muitas outras mulheres lutaram pelo direito feminino, que embora estejamos avançando, ainda precisam sair do papel e serem vividos.

Por hoje é só, mas na próxima quinta daremos continuidade a série de mulheres notáveis e já adianto que tem e teve muita mina da hora por aí!

Aproveita e comenta aqui em baixo alguma sugestão e se já conhecia sobre Josefina!

Seja você, seja Lisbela!